terça-feira, 5 de abril de 2011

ORGULHOSAMENTE BENFIQUISTA, CONVICTAMENTE ANTI-TRIPEIRO

   A propósito do polémico apagão ocorrido no Estádio da Luz no passado domingo logo após o final do encontro entre o Benfica e o Porto e que valeu o título de campeão nacional de futebol a este último, considero risíveis e dispensáveis as lições de "fair-play" que alguns dirigentes e adeptos portistas tentaram dar ao Glorioso. Risíveis porque partem de um clube que raramente respeita os seus adversários, em particular o Benfica. Dispensáveis porque certamente não esperavam os esbirros de Pinto da Costa que fosse lançado fogo-de-artifício e servido champanhe para festejar vitória do FCP em plena catedral. Alguém já parou para pensar no que teria acontecido na época transata se o Benfica se tivesse sagrado campeão no reduto portista? A avaliar pelo clima de intimidação em que foi recebida a comitiva benfiquista e respetivos adeptos, teria decerto havido mortes a lamentar. Ao invés de água, jorraria azeite a ferver ou quiçá ácido sulfúrico dos aspersores do sistema de rega do Dragão. 
    A hostilidade com que, de resto, o Benfica é invariavelemente recebido sempre que se desloca ao Porto para aquilo que devia ser um mero jogo de futebol ao invés de uma batalha campal, é fruto do puro ódio que muitos portistas sentem relativamente a um clube que associam (erradamante, diga-se) ao centralismo lisboeta. Com efeito, o ódio ao Benfica é reflexo da animosidade portista relativamente à capital, mercê de um complexo de inferioridade desenvolvido ao longo de séculos num país macrocéfalo em que aquela que ainda é a sua segunda maior cidade tem vindo progressivamente a perder influência económica, política e cultural, restando-lhe por conseguinte as vitórias desportivas do seu clube de eleição. Relembro que, até à eleição de Rui Rio para a presidência da Câmara Municipal do Porto, os interesses do FCP se confundiam frequentemente com os interesses da cidade e vice-versa. Autarcas como Fernando Gomes e Nuno Cardoso, portistas convictos, confundiam portistas com portuenses. E nenhum deles veio alguma vez a terreiro condenar publicamente os atos provacatórios e a retórica incendiária de Pinto da Costa e quejandos que, entre outras pérolas, lançaram o célebre refrão "Nós só queremos ver Lisboa a arder" ou que, num exercício que tem tanto de néscio como de racista, classificaram ( e continuam a classificar) de "mouros" todos os que habitam abaixo de uma fronteira imaginária abaixo do rio Douro e delimitada pela sua imbecilidade infinita.
       A hegemonia portista dos últimos vinte anos deve-se, em primeiro lugar, à corrupção dos seus dirigentes que dominam por completo as estruturas da Liga Portugesa de Futebol. Não é por acaso que o atual presidente da Liga é um ex-administrador da SAD portista e que esse organismo foi durante anos presidido por outro cidadão impoluto, nada mais nada menos que o inefável Major Valentim Loureiro.
       Claro que ao longo desse tempo muitos foram os erros cometidos pelo Benfica e seus dirigentes. E esta época pagámos uma vez mais por esses erros grosseiros, designadamente a contratação de um guarda-redes(?) cujas exibições desastradas não só comprometeram os objetivos desportivos do Benfica como depauperam em 8,5 milhões de euros os cofres do clube já a braços com um colossal passivo acumulado. Roberto foi, efetivamente, a melhor contratação do FCP esta época.
        Jorge Jesus, depois de notável última época em que inscreveu o seu nome nos anais da história do clube, ficará agora também associado a dois dos maiores vexames que o Glorioso sofreu ante o FCP (5-0 no Dragão e o 2-1 na Luz que sagrou o Porto campeão). Contudo, não foi no último domingo que o Benfica perdeu a oportunidade de revalidar o título, a favor do seu eterno rival. Ao perder a Supertaça de forma inglória diante do FCP, a estrutura psicológica da equipa foi indiscutivelmente afetada. Se somarmos a isto a perda de algumas pedras basilares da equipa campeã em 2009-2010 (Di Maria, Ramires, Quim e David Luiz), erros de castig como Roberto, algumas péssimas opções táticas de Jesus e o costumeiro favorecimento do FCP por parte da arbitragem (como ficou bem patente logo na jornada inaugural da Liga quando venceu a Naval na Figueira da Foz com um pénalti fabricado), facilmente se percebe o desfecho do atual campeonato.
           Muito mais haveria a acrescentar mas como o tempo escasseia e o texto já vai longo, resta-me renovar o meu amor por aquele que é e sempre será o maior clube do mundo: SPORT LISBOA E BENFICA!  Porque nem todos tiveram a felicidade de nascer benfiquistas ou não tiveram pais que os soubessem educar devidamente. Daí existirem fanáticos que se dedicam a vandalizar casas do Benfica, a assaltar áreas de serviço, a apedrejar o autocarro do clube e que, armados em virgens ofendidas, vêm agora tentar dar lições de "fair-play".
            No seu costumeiro mau sarcasmo, Pinto da Costa declarou no final do último Benfica X Porto que "a luz se apagou e ficaram as trevas". Trevas, meu caro, abateram-se sobre o futebol pátrio desde que Vossa Eminência foi entronizado presidente do "Fucolporto" como diz no seu irritante sotaque do mercado do Bulhão.
             Agora, mais do que nunca, assumo-me orgulhosamente benfiquista e convictamente anti-tripeiro!

5 comentários:

  1. Se continuares assim cheira-me que não chegas aos 40 sem uma úlcera.

    Don´t worry, be happy :)

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  2. Estou são como um pêro, amiga. Mas as verdades são para ser ditas e, de preferência, alto e bom som. ;)

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  3. Dão-se alvíssaras a quem encontar um portista que não se assuma também como anti-benfiquista.

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  4. Não encontra nenhum garanto-lhe eu. São em 1º lugar anti-benfiquistas e em 2º lugar portistas, não tendo qualquer pejo em defender o absolutamente indefensável.É um caso para ser estudado na psiquiatria, convenço-me disso.

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