quinta-feira, 19 de maio de 2011

FCP X BRAGA: CRÓNICA DE UMA FINAL SEM CHAMA


     Antes de iniciar o meu comentário a um jogo que não vi (o meu tempo é valioso pelo que evito desperdiçá-lo com frivolidades), permitam-me saudar todos os portistas que hoje estão ufanos pela conquista da Segunda Divisão Europeia diante do seu clube satélite, sacrificado com um mínimo de diginidade de modo a não gerar tensões futuras.
     Orgulhosamente benfiquista (um privilégio que não está ao alcance de qualquer um), exulto ainda assim com esse extraordinário feito desportivo do "fucolporto" que contribuiu enormemente para a prosperidade do país e para o bem-estar geral. Desde ontem o PIB aumentou 30% (e continua a aumentar a bom ritmo), foram criados 500 mil novos postos de trabalho e consta que a temida Troika se prepara para reduzir significativamente a taxa de juro aplicada ao empréstimo concedido ao nosso pobre país (nosso é como quem diz porque é do conhecimento geral que abaixo do rio Douro só existem mouros desprezíveis).
     O futebol nortenho está portanto de parabéns por mais este título, somado a tantos outros que enobrecem o Norte: campeão do desemprego e recordista de beneficiários do RSI, lar de mafiosos, rameiras e quejandos.

    Com efeito, escasseiam os motivos de orgulho dos portueneses (não confundir por favor com portistas) em relação à sua cidade que, nas últimas décadas, salvo as vitórias desportivas do FCP e o Vinho do Porto, se tem vindo progressivamente a transformar numa irrelevância económica, política e cultural, mercê, obviamente, do centralismo tirânico exercido por Lisboa a que, invariavelmente, o bom povo do Porto associa o Benfica. Daí que qualquer portista que se preze (começando pelo seu insigne Presidente que desenvolveu um estranho fetiche pelo SLB) se assume, em simultâneo (quando não em primeiro lugar )como anti-benfiquista. Ao invés de comemorar os seus triunfos, grande parte da massa adepta portista prefere entoar cânticos provocatórios (não insultuosos pois para assim serem classificados, teriam de partir de gente com um pouco mais de nível) e de ódio dirigidos ao Benfica, situação que tem tanto de deplorável como de hilária. Não obstante, como prova inequívoca do meu desportivismo, despeço-me desejando tão somente que, a cada título conquistado pelo FCP, corresponda um furúnculo no digníssimo rabo do Pinto da Costa e de cada portista que invective o meu clube.

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