Redemoínham sombras e recordações
na penumbra deste quarto despido
Fantasmas soltos numa dança frenética,
hipnótica e sem sentido
Lembranças erguendo-se qual imensa
fénix crepuscular cujas asas de fogo
cauterizam as chagas na minha alma
Sentado no chão entre retratos rasgados
despojos de uma outra vida
exorcizo os meus demónios interiores
solto a raiva incontida
que me devora as entranhas
e que me afastou de ti
Abro a minha caixa de remorsos
sob um gotejar de luz fria
fecho os olhos entre lágrimas
e recordo a tua presença fugidia
recordo o teu sorriso aberto
que foi alvorada no meu reino sombrio
Para a minha alma ferida
foste bálsamo e redenção
ajudaste-me a levantar do chão
vezes e vezes sem conta
Foste o sol que me aqueceu
Foste uma ilusão que se perdeu
Rasgo poemas escritos em segredo
palavras inúteis que nunca te direi
Como pudemos magoar-nos assim?
Cada dia mais perto do fim...
Não consegui calar a revolta
Deixei o amor escapar-me entres os dedos
como a areia que se escoa na ampulheta da Eternidade
Eterno será o meu remorso
perdurará à morte do próprio Tempo
será o meu imerecido epitáfio
quando zarpar num mar de trevas
para nunca mais voltar...
2011 está a começar da melhor forma.
ResponderEliminarOs meus parabéns, está muito bom. :)))
Grato pelo elogio ao meu mais recente devaneio poético. Prometo mais em breve. Gostaria também de ler as vossas participações mas parece que todos desertaram deste projeto com tantas potencialidades. Serei o único resistente? :(
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