Numa altura em que as minhas principais coleções de BD já se encontram catalogadas, a barreira psicológica das 2000 edições já foi quebrada. Até ao momento, o meu acervo conta com nada mais nada menos do que 2081 revistas.
Faltando ainda contabilizar um vasto lote de minisséries e edições especiais, veremos se a estimativa da minha adorada esposa se confirma. Segundo ela, o total da minha coleção atingirá as 3000 edições. Não desfazendo das suas capacidades calculísticas, confesso-me cético quanto a esse número e também não estou obcecado por ele. O propósito desta minha empreitada é tão somente saber o exato número de edições que possuo, bem como os números em falta em alguns dos títulos.
Nem imaginam a mágoa e a frustração que sinto sempre que deparo com uma coleção arruinada pela incompetência de algumas editoras nacionais. Querem um exemplo? "Homem-aranha", a minha maior coleção, tem três(!) numerações diferentes, as quais correspondem a outras tantas editoras que publicaram esse título: Abril Jovem no Brasil e Abril Morumbi e Abril/ Controljornal (que, para quem não sabe, pertencia ao grupo Impresa do Sr. Balsemão) em Portugal. E este está longe de ser, infelizmente, um caso isolado.
Num completo desrespeito pelos leitores e colecionadores, as editoras portuguesas interrompiam a numeração original sempre que decidiam aventurar-se a publicar um determinado título,relançando-o a partir do nº1. Imaginam o que é ver sucessivas coleções arruinadas dessa forma infame?
Diretamente do fundo do baú, apresento-vos hoje outra das minhas joias da coroa (o acento em "joias" foi suprimido de acordo com as regras da nova ortografia, não se tratou portanto de um lapso da minha parte): Grande Heróis Marvel nº1.
No longínquo ano de 1983 (alguns dos Magníficos não eram sequer nascidos à época), foi lançado no Brasil este título trimestral pela saudosa editora Abril Jovem. Nele podiam ler-se histórias épicas que faziam as maravilhas dos leitores. E assim se manteve até por volta do número 30 quando viu as as suas características iniciais serem desvirtuadas com a publicação de estórias cujos argumentos e desenhos estavam longe de convencer quanto mais de encantar.
Escolhi este primeiro número de Grandes Heróis Marvel não só por apresentar a conclusão da magistral "Saga de Thanos" (sobre a qual talvez vos fale um dia) mas sobretudo porque foi através dele que tive o meu primeiro contacto com a realidade da morte nas aventuras de super-heróis. A capa não engavana: um dos heróis que nela surgiam pereceria. Para quem nunca leu a história em questão, posso revelar que foi Warlock (o loiro com a gema fumegante na testa) quem entregou a alma ao Criador após um combate titânico com o insano Thanos. Não demorei contudo muito tempo a descobrir que a morte é um conceito deveras relativo no universo dos comics. Anos mais tarde, Warlock ressuscitaria, à semelhança, de resto, de quase todas as personagens que se finaram ao longo do tempo nas páginas deste tipo de BD.
Jim Starlin (um dos mais talentosos artistas do género), assinava o argumento e a arte de uma aventura carregada de ação e emoção e estrelada, entre outros, pelos Vingadores, pelo Homem-aranha e, claro está, por Warlock.
Tenho saudades de histórias assim...
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