sábado, 16 de julho de 2011

Universidades: É possível entrar com menos de 10 em 40 cursos






     A propósito da notícia em epígrafe, publicada na edição online do jornal "i" a 16 de julho de 2011, lavrei o seguimte comentário que agora compartilho convosco. Fico a aguardar as vossas reações ao mesmo. Verão que não dói nada e, ainda por cima, é 100% grátis.

     Nota: poderão ler a notícia na íntegra clicando no link abaixo:

   
     Deveras pertinente esta notícia, publicada no dia seguinte à divulgação dos catastróficos resultados dos Exames Nacionais (particularmente de Português e Matemática). A proliferação de cursos de utilidade duvidosa e de empregabilidade nula é proporcional à disseminação de universidades e institutos (públicos e privados). Passámos de um ensino superior elitista pré-25 de Abril à massificação do mesmo. Nunca como hoje o acesso ao ensino superior foi tão fácil, o que está bem patente no número de cursos cujas médias de acesso são inferiores a dez valores. Existisse uma cultura de exigência e rigor e esse cenário seria de todo impossível. Acontece que as universidades precisam das proprinas como do pão para a boca em virtude dos cortes orçamentais. Daí que franqueiem as suas portas a alunos impreparados em resultado do facilitismo instalado no ensino secundário. Isto para já não falar na batota que são os exames de acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos ou as médias inflacionadas de alunos oriundos de colégios privados.
       Num país onde os títulos académicos substituiram os títulos nobiliárquicos, muitos pais insistem que os filhos tirem um curso superior (não interessa qual)por uma questão de estatuto social. Com o tratado de Bolonha, proliferam os mestrados (que muitas vezes são integrados nas respetivas lincenciaturas) em áreas tão insólitas como Estudos da Paz(!). Debalde o mercado estar saturado, todos os anos saem legiões de advogados, assistentes sociais, professores (designadamente de Línguas e Ciências Sociais) diretamente para o desemprego. Muitos desses doutores, engenheiros e quejandos não passam de ignorantes especializados ou de meros ignorantes diplomados, incapazes de dar resposta à premente necessidade de quadros superiores no nosso país.

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